A Razão de Viver








Existia uma pequena ilha onde morava a Alegria, o Egoísmo, a Informação, a Razão de Viver, a Riqueza e a Tristeza, entre mais alguns habitantes.
Um dia, a Informação avisou os habitantes da ilha que o vulcão iria entrar em erupção. Apavorada, a Razão de Viver tentou avisar todos os habitantes para que se pudessem salvar.
- Fujam todos, fujam todos. O vulcão vai explodir. – disse a Razão de Viver.
E todos os habitantes correram para os seus barcos para fugirem até um local seguro.
A Razão de Viver, apesar de apavorada, não se apressou em fugir, porque queria ficar mais um pouco na ilha. Mas tão rapidamente o vulcão entrou em erupção, que a Razão de Viver viu-se obrigada a pedir ajuda aos outros habitantes para se tentar salvar.
Por sorte, estava passando nesse preciso momento a Riqueza.
- Ajuda-me. Leva-me contigo por favor. – implorou a Razão de Viver.
- Desculpa, mas não te posso levar. O meu barco está cheio de ouro e tu já não cabes aqui. – disse a Riqueza.
Pouco depois passou o Egoísmo.
- Ajuda-me. Leva-me contigo por favor. – implorou a Razão de Viver.
- Desculpa, mas não te posso levar. Ainda ontem limpei o meu barco e no estado em que tu estás vais sujar tudo. Além disso, o meu barco só tem espaço para uma pessoa. – disse o Egoísmo.
Atrás do Egoísmo vinha a Tristeza.
- Ajuda-me. Leva-me contigo por favor. – implorou a Razão de Viver.
- Desculpa, mas não te posso levar. Estou tão triste que prefiro ir sozinha. – disse a Tristeza.
Foi então que passou a Alegria, mas estava tão alegre que não ouvia os gritos da Razão de Viver a implorar por ajuda.
Desesperada, a Razão de Viver decidiu sentar-se na praia na esperança que mais algum barco passa-se, mas parecia que todos já se tinham ido embora.
Foi então que começou a ver ao longe um pequeno barco com um velhinho de barbas lá dentro. Ao aproximar-se o velhinho viu a Razão de Viver e decidiu salva-la.
- Vem comigo. Eu levo-te para um lugar seguro. – afirmou o velhinho.
A Razão de Viver ficou tão feliz que até se esqueceu de perguntar o nome ao velhinho e ao chegar à outra ilha ele seguiu o seu caminho.
A Razão de Viver ficou curiosa e já na ilha decidiu perguntar à Informação se conhecia o velhinho de barbas.
- Sabes quem é o velhinho que me salvou? – perguntou a Razão de Viver.
- O velhinho que te salvou é o Tempo. – respondeu a Informação.
- Mas porque é que só o Tempo é que teve coragem para me salvar? – perguntou a Razão de Viver.
- Porque só tempo é capaz de compreender a razão de viver. – afirmou a Informação.
Sabe qual é a sua razão de viver? Porque é que você existe? 
Nem sempre é fácil responder a este tipo de perguntas. As respostas geralmente são vagas e pouco precisas, mas com o passar do tempo a certeza das suas razões de viver ficam cada vez mais concretas.
Não tenha pressa em saber o que apenas o tempo lhe poderá dizer e confirmar.
As razões de viver não se procuram no seu exterior, encontram-se e constroem-se dentro de si próprio.

Comentários

  1. Nosso esse texto é realmente muito bom. já faz um tempo que eu procuro na internet sobre a razão de viver, e acabei encontrando isso. quem sabe um dia eu não pare de procurar, e resolva esperar, pelo tal do "tempo", talvez só ele possa me ajudar.

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