Amar


Amar é muito mais do que desejar o corpo ou a presença de uma pessoa ao nosso lado.
O amor verdadeiro deve ser expressão de liberdade e liberação ao mesmo tempo. Viver plenamente e deixar viver em plenitude a quem você ama o tornará muito mais leve, ao mesmo tempo em que fará com que a pessoa amada sinta-se bem em estar sempre ao seu lado.
Quem ama de verdade não sente ciúmes porque tal sentimento de forma alguma procede do amor, mas de uma paixão vil totalmente vinculada ao plano sensorial, ligada aos instintos mais primitivos. Denota um sentimento de posse e domínio sobre o outro.
O amor provém do aspecto mais elevado da vida, demonstrando sublimação e elevação. Quem ama de verdade reconhece nesse sentimento o elo de ligação com o plano mais elevado da existência, percebendo a porção divina em si mesmo e no outro. Quem ama não agride, não fere, nem manipula por saber que essas ações são resultantes de um apego emocional pertencente ao plano dos instintos. O amor verdadeiro sempre se manifesta sob a forma de ternura, bem-querer e adoração.
Na verdade, o grande desafio a ser vencido por cada um de nós no plano evolutivo, consiste em dominar as paixões por meio da nossa vontade criadora de tal forma a tornar possível uma reintegração com natureza mais elevada. E, o mais legitimo amor é um convite cósmico para participar da grande reunião ou reunificação do Todo. Assim, ao amar outra pessoa nos tornamos aptos a manifestar o que somos em essência.
A natureza criou-nos com a necessidade inata de amar para evoluir em conjunto, mas infelizmente o instinto transformou esse nobre sentimento em algo nefasto e doloroso. Portanto, torna-se imprescindível reaprender a amar de verdade. Assim, quando a paixão instintiva quiser aflorar à superfície, lembremo-nos novamente da natureza verdadeira do amor: a reintegração. Você pode até sentir ciúme, visto que ainda há uma lacuna enorme a ser preenchida para que consiga unir-se integralmente à porção divina dentro de si. No entanto, poderá utilizar sempre o poder da sua vontade criadora para exercer o domínio do instinto. Quando sentir ciúme, por exemplo, embora ainda seja incapaz de suprimi-lo, você pode por força de vontade, não consentir a manifestação de seus efeitos nocivos, retendo seu corpo, suas emoções e suas ações.
Se sua vida sentimental ainda comporta sentimentos possessivos para com o ser amado, você precisa trabalhar sua essência, de forma a sublimar isso. A sua vontade é criadora tem poder transcendental. A partir do momento em que você se dispuser a fazer uma mudança interna, tudo à sua volta passará a trabalhar sutilmente nessa direção. Mude agora o seu modo de encarar seu relacionamento, reconhecendo que foi criado para amar e ser amado, e sentir prazer, alegria, contentamento e felicidade com isso.
O amor representa liberdade e liberação e não o psicótico sentimento de posse deflagrado pela paixão puramente instintiva. Enquanto você quiser um homem ou uma mulher pra te chamar de seu ou sua, saiba que a felicidade estará bem longe de vocês dois. Amar é querer o bem do outro. Amar é desejar sempre e em qualquer circunstância a felicidade da outra pessoa. Amar é viver e deixar viver, somando com o outro.
O legítimo amor é um convite cósmico para que você rompa de vez a casca do ovo do egoísmo de tal forma a se tornar capaz de dar o melhor de si para o outro, sem esperar nenhuma recompensa por isso. O amor não é uma troca, mas uma doação. Note que tudo o que você faz esperando retribuição gera frustração, angústia, sofrimento e decepção. Mas quando doa o que há de melhor de si, por amor, será retribuído de forma centuplicada.
Saiba que enquanto não se tornar capaz de se doar ao outro, sem reservas, as muralhas para adentrar no templo sagrado do amor permanecerão fechadas para você. Enquanto estiver centrado em si mesmo, não será capaz de ouvir o outro. Então, abra sua mente. Tudo começa a mudar quando você expandir o leque de sua percepção e passar a enxergar as diferenças individuais como algo de positivo, permitindo que quem está ao seu lado cresça e se desenvolva como ela é, e não como você gostaria que fosse.
O propósito da vida é sempre expansão e evolução e são justamente as diferenças que trazem o crescimento para duas pessoas que se amam e se dispõe a viver juntas. A união embasada no sentimento do amor sem reservas faz com que se aumente a força interior de cada um, tornando-se esta parceria uma fonte de energia inesgotável que se renova sem cessar, enriquecendo ao mesmo tempo, quem dá e quem recebe.
Finalizando, eu diria que o amor existe somente para facilitar o nosso processo evolutivo. Dois corpos, uma só essência, unidos para crescer, superar e tornar possível que o plano divino se pertpetue na mais perfeita harmonia, apesar de todo o caos aparente.

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