Teoria da Inteligência Multifocal


Prezados Amigos, passarei a expor o belíssimo trabalho do Dr. Augusto Cury sobre a Teoria da Inteligencia Multifocal, não deixem de ler.

A Teoria da Inteligência Multifocal, que é uma das poucas teorias mundiais que estuda o processo de construção de pensamentos e o processo de formação de pensadores.  Como o programa FREEMIND é uma tese de doutorado, e, ao mesmo tempo, um programa de caráter universal, os participantes serão “bombardeados” frequentemente com a arte da pergunta, que é o principio da sabedoria na filosofia, para reciclarem seus paradigmas, falsas crenças, verdades absolutas e, desse modo, serem provocados a abrirem o leque da inteligência, estimular o debate de ideias e expandir os horizontes do conhecimento. Retirar o participante da passividade e estimulá-lo a ser construtor do script da sua história é a meta fundamental.  Quando o Eu, que representa a capacidade consciente de escolha ou autodeterminação, está relativamente maduro no final da adolescência, portanto, relativamente capaz de filtrar estímulos estressantes e de escrever a sua própria história, o ser humano já é refém de seu passado, de milhares de janelas no córtex cerebral que contém milhões de experiências. E, como estudaremos, nenhuma dessas janelas, que são áreas de leituras da memória num determinado momento existencial, pode ser deletada, apenas reeditada, o que indica as gigantescas dificuldades de mudar a base da nossa personalidade. Enfim, o Eu do adulto quando tem consciência crítica de que é um ser único no “teatro” social, sua mente já possui inúmeros núcleos de habitação na sua memória que dão sustentabilidade para as suas principais características, sejam elas doentias ou saudáveis, como a timidez, a ousadia, a sensibilidade, a impulsividade, a flutuabilidade emocional, humor depressivo, bom humor, determinação, insegurança, conformismo, baixo limiar para suportar frustrações.  Sem uma educação profunda, o Eu na plenitude da sua liberdade para agir na sua própria personalidade viverá paradoxalmente numa masmorra! Pense na timidez e na fobia social (medo de se expressar em público). Algumas estatísticas demonstram que a timidez atinge mais de 80% dos jovens. Reciclá-la não é ter uma atitude heroica de mudança. A intencionalidade não muda a base da personalidade, pois gera uma janela solitária, que não é encontrada num foco de tensão. Faz-se necessário uma plataforma de experiências capaz de formar um novo núcleo de habitação do Eu e, assim, dar sustentabilidade à ousadia e à espontaneidade diante de uma plateia. 
Mas para isso também se faz necessário uma nova agenda educacional, onde o Eu durante semanas, meses e anos, constrói essas plataformas no córtex cerebral. Por isso o programa FREEMIND advoga de que o Eu pode e deve aprender desde a mais tenra infância ferramentas para ser autor da própria história. Ou seja, à medida que ele é formado ele também se torna um formador, à medida que é educado ele se torna também educador da emoção e gerenciador dos pensamentos.  A educação clássica ensina milhões de informações para os alunos da pré-escola a pós-graduação sobre o mundo em que estamos, do imenso espaço ao pequeno átomo, mas pouco ensina sobre o planeta psíquico, sobre os fenômenos que nos torna seres pensantes, Homo sapiens. É por isso que a educação clássica nessa sociedade estressante, hipercompetitiva e saturada de informações, forma, com as devidas exceções meninos com diplomas nas mãos, sem proteção emocional, sem habilidades para lidar com perdas e frustrações, sem capacidade para ser líder de si mesmo.  Mas esse tipo de educação é de responsabilidade dos pais ou da escola? De ambos. Não podemos lotear os alunos. Ambos têm responsabilidades pelo futuro emocional, social e profissional dos seus educandos. Muitos pais terceirizam a educação, atribuindo-a a escola uma responsabilidade que também é sua, o que é um erro imperdoável. Mas a escola, com as devidas exceções, se esquiva de assumir sua parte nesse processo. Encarrega-se de transmitir milhões de dados sobre o mundo em que estamos, mas frequentemente se cala sobre o mundo que somos. Tenho dito em dezenas de países que se a escola não se tornar uma escola que educa a emoção e não trabalha as funções mais complexas da inteligência, ela será formadora de repetidores de informações e não de pensadores.  Repetidores de informações obedecem a ordens, tem baixo nível de consciência crítica e autonomia. Veja o caso da Alemanha pré-nazista. Os alemães ganharam um terço dos prêmios Nobel na década de trinta do século XX. Ela tinha a melhor educação clássica: a melhor matemática, física, química, engenharia. Mas não foi suficiente para expurgar Hitler, um homem inculto, rude, tosco, mas, ao mesmo tempo teatral. Quando ele surgiu no cenário com Goebbels, Himmler, Goring e outros e juntos começaram seu marketing de massa, seduziram a juventude alemã. O Eu deles não era autor da sua história, não era autônomo. Numa situação especial capitaneada pela insegurança alimentar, fragmentação política, 30% de desempregados e humilhação pelo tratado de Versalhes, um pool de janelas traumáticas que dominava o inconsciente coletivo dos alemães comprometendo 
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sua consciência crítica emergiu. A educação clássica, embora notável, não produziu pensadores coletivamente para rejeitar drasticamente o marketing de massa. Hitler e Goebbels devoraram primeiramente o inconsciente coletivo dos alemães para depois “devorar” judeus, marxistas, eslavos, ciganos, homossexuais, e outras minorias. Quem imaginaria que a nobre Alemanha de Kant e de Hegel seria protagonista dessa atrocidade? Com esse tipo de educação clássica atual que forma repetidores de informações, onde os alunos são fissurados pelas redes sociais, onde contatam muitos, mas raramente profundamente a alguém, estamos preparados para não repetir outros holocaustos quando uma nova onda de conflitos mundiais, capitaneada pelo aquecimento global, insegurança alimentar e escassez de recursos, abater o inconsciente coletivo da humanidade? A resposta provável é: infelizmente não.   O programa FREEMIND, por estimular a formação de pessoas com opinião própria e que pensa como espécie e não apenas como feudo, como grupo social, cultural, filosófico, religioso, pretende funcionar como uma vacina, ainda que pequena, contra novos holocaustos.   exercitar. continua...

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